Saneamento é saúde - Jornal Cruzeiro do Vale

Saneamento é saúde

Por Isabel Baggio, presidente do Banco da Família

Investimentos na área podem diminuir bilhões de reais em gastos públicos com saúde e garantir melhoria da qualidade de vida da população.

Em maio deste ano, 59 municípios de Santa Catarina enfrentaram uma epidemia de dengue e, até julho, 124.615 casos da doença haviam sido notificados no estado. Problemas como a dengue são um exemplo do que a falta de saneamento básico pode causar a uma comunidade, e do quanto isso pode custar caro para os cofres públicos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para cada dólar investido em água e saneamento, são economizados outros 4,3 na saúde.

De acordo com estudos realizados pelo Instituto Trata Brasil, no estado de Santa Catarina a economia na área da saúde pode chegar a mais de R$ 8 bilhões caso haja investimento para a universalização do saneamento básico entre os anos de 2021 a 2040. A estimativa considera que neste período o estado gastaria menos com tratamento de doenças provenientes da falta de acesso aos serviços de água potável e o atendimento regular de esgotamento sanitário. Os impactos positivos de tais investimentos não se dariam somente na saúde.

Educação, mercado de trabalho, setor imobiliário, agronegócio e turismo, por exemplo, também são diretamente impactados. No turismo, a projeção do Instituto Trata Brasil é de que o aumento do faturamento do setor seja de aproximadamente R$ 5 bilhões, já que fatores como a balneabilidade das praias, rios limpos e água tratada em todas as regiões atraem os turistas e movimentam a economia local.

Investir em saneamento básico é aumentar a qualidade de vida da população, inibindo a propagação de uma série de doenças, melhorando a educação, reduzindo os índices de mortalidade infantil e gastos com saúde pública. Não por acaso, a universalização é a mola-mestra do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado em julho de 2020.

Água potável e esgoto tratado para todos são essenciais - mas metas difíceis de atingir. Daí a importância de democratizar o acesso ao crédito para milhares de famílias que ainda estão excluídas dos programas oficiais de saneamento, deixando para trás números como 100 milhões de casas sem coleta de esgoto e 35 milhões de pessoas que não têm acesso a água potável.

 

Edição 2066
 

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